quarta-feira, 31 de março de 2010

Pesquisadores do Espírito Santo criam caranguejos em laboratório

Universidade Federal do Espírito Santo realiza a experiência para aumentar a produção de caranguejos nos manguezais (Fonte: Bom Dia Brasil).

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Dessa você ainda não ouviu falar: criação de caranguejo em laboratório. É a última descoberta dos cientistas para aumentar a produção dos manguezais. O Bom Dia foi até a Universidade Federal do Espírito Santo para ver como essa técnica funciona.

Pedido dos mais frequentes nos restaurantes do Espírito Santo, caranguejo é servido como um tira-gosto. Mas antes de chegar à mesa, dá trabalho e sustento a quase 150 pessoas em Vitória. São os catadores, que quase todo dia entram no barquinho a caminho do mangue.

Ele se equilibra nas raízes, afunda na lama. Só encostando o rosto no chão é possível chegar ao fundo da toca e retirar o crustáceo. Nem sempre dá certo. É muito esforço para pouco caranguejo e cada vez menos.

“Antigamente, para tirar dez dúzias de caranguejo não precisa andar uma distância longa. Tinha uma grande diversidade de buracos. Podia escolher sem se esforçar”, lembra Vacildo Lucas, da União de Catadores.

Segundo os catadores, é culpa da pesca predatória, da poluição e dos aterros sobre o mangue. A situação ficou pior depois de 2005. Uma doença causada por um fungo chegou ao estado e matou muitos caranguejos.

Agora, para repovoar o mangue, a ciência quer dar uma ajuda à natureza. Doze fêmeas foram capturadas, cheias de ovos, prontas para soltá-los.

“Na medida que ela vai lavando, vai rompendo a membrana do ovo e as larvas saem no manguezal”, explica o oceanógrafo Luiz Fernando Loureiro.

O laboratório é uma espécie de berçário, que facilita o desenvolvimento do caranguejo. O animal encontra condições até melhores que no mangue. O tempo inteiro há controle de luminosidade, temperatura e uma alimentação super reforçada.

Todo dia, baldes de comida a base de algas e animais minúsculos. Assim a larva do caranguejo vai crescendo. Depois de um mês já dá para ver os pontinhos pretos na água. No microscópio, é possível enxergar o caranguejo já quase formado. Na natureza, do monte de ovos, só um chega a essa fase. No laboratório se espera bem mais.

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