terça-feira, 31 de agosto de 2010

PE - Começa hoje: Pesca Artesanal 2010

Começa hoje e vai até sexta (3/9) O “III Seminário Pesca Artesanal e Sustentabilidade Socioambiental: áreas protegidas de uso sustentável e mudanças climáticas” será realizado conjuntamente com o “IV Simpósio sobre Gênero e Meio Ambiente: a participação da mulher na pesca artesanal”

As inscrições estão encerradas, mas segundo a organização, as palestras e mesas redondas serão transmitidas pelo site do evento, abaixo a programação atualizada:



Abaixo o link para os trabalhos:

http://www.fundaj.gov.br/geral/pesca/comunicacao_oral.pdf

http://www.fundaj.gov.br/geral/pesca/poster.pdf

Maiores informações:

Fundação Joaquim Nabuco

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Livro: Economia da Pesca Sustentável no Brasil

Amanhã (31/08) ocorrerá no Departamento de Pesca e Aquicultura da Universidade Federal Rural de Pernambuco em Recife o lançamento do livro  "Economia da Pesca Sustentável no Brasil" de Jacques Ribemboim (Ed.Bagaço, 261pp, 2010).

O evento terá mesa-redonda com a participação de Fábio Hazin (diretor do Depto de Pesca e Aquicultura da UFRPE); Jacques Ribemboim (coordenador da Cátedra Manuel Correia de Andrade, UFRPE); Paulo Oliveira, (coordenador do curso de engenharia de pesca da UFRPE) e Flávia Lucena (professora do DEPAQ).

Data: 31 de agosto de 2010
Hora: das 15 às 18 horas.
Local: Auditório do Departamento de Pesca e Aquicultura da UFRPE.

Preço do livro: R$ 30,00

sábado, 28 de agosto de 2010

China - Captura acidental tubarão-baleia

Um tubarão-baleia (Rhincodon typus) foi capturado acidentalmente por redes de pesca na Provincia Zhejiang na China. Pesava cerca de 3 toneladas e media 6 metros.



Whale shark strangled by fishing net

O tubarão-baleia é levantado por um guindaste no porto de Jiaoshan na província de Zhejiang, 26 de agosto.

Whale shark strangled by fishing net

Fonte: China Daily
Fotos: Asianewsphoto.



sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Golfo do México: Pescadores do Mississipi não confiam em descontaminação

Biloxi, Estados Unidos, 24/8/2010 – O Estado norte-americano do Mississipi reabriu todas as suas áreas de pesca. Mas os que se dedicam à captura de camarões negam-se a lançar as suas redes, pois acreditam que as águas e a fauna marinha continuam contaminadas pelo derramamento de petróleo da multinacional British Petroleum (BP). “Este é o único lugar no Mississipi onde é possível capturar ostras, e agora tem petróleo e dispersantes por cima”, disse à IPS o pescador James Miller, apontando para a enseada do Rio Mississipi do seu barco de pesca.

No dia 20 de Abril, a plataforma de exploração Deepwater Horizon, que a BP arrendava à firma suíça Transocean, explodiu e dois dias depois afundou. Só foi possível deter o derramamento no dia 15 de Julho. Durante esse tempo foram lançados no mar quase cinco milhões de barris de petróleo (cerca de 758 milhões de litros).

No dia 6 deste mês, os estaduais Departamento de Recursos Marinhos e Departamento de Qualidade Ambiental, em coordenação com o Escritório Nacional de Administração Oceânica e Atmosférica (NOAA) e a Administração de Drogas e Alimentos dos Estados Unidos (FDA) ordenaram a reabertura de todas as águas territoriais do Mississippi a todas as actividades pesqueiras.

A medida inclui a pesca comercial e recreativa, tanto de peixes como de camarões, que tinham cessado por precaução após o derramamento. Contudo, James, junto com muitos outros pescadores comerciais de camarão, nega-se a lançar as suas redes. A IPS acompanhou-o no seu barco, junto com o pescador Mark Stewart e o ativista Jonathan Henderson, da Gulf Restoration Network, uma organização ambientalista que trabalha para documentar e aliviar os efeitos da catástrofe.

O objectivo era demonstrar ao público que a área onde eles pescam está contaminada tanto com petróleo como pelo dispersante químico Corexit. O seu método foi simples: prenderam um pedaço de pano num anzol, colocaram na água por um breve período e retiraram. O pano ficou coberto por uma gordurosa substância castanha que os pescadores identificaram como uma mistura do petróleo com os dispersantes.

James e Mark, ambos participantes do programa Naves de Oportunidade, da BP, foram treinados para identificar esses produtos, e alguns membros do governo do Mississipi acusam-nos de mentir. “Por que mentiríamos sobre o petróleo e os dispersantes nas nossas águas, quando o nosso sustento depende do que pescamos aqui?”, perguntou James à IPS.

“Eu quero que isto fique limpo para podermos voltar a viver como antes. Mas se as nossas águas estão contaminadas, não tem sentido pescar”, afirmou. A IPS observou James e Mark realizarem oito testes em diferentes pontos na área da enseada do Mississipi. Em todos os casos, os panos apresentaram as mesmas manchas.

Numa ronda anterior de testes, ambos levaram junto o cientista Ed Cake, da Gulf Environmental Associates. Sobre essa experiência, o cientista escreveu que “quando o barco parava para retirar amostras, pequenas borbulhas entre meia e uma polegada (entre 1,27 e 2,54 centímetros) de diâmetro surgiam na superfície periodicamente, e pouco depois estouravam, deixando um pequeno rastro de petróleo”.

James levou as amostras a uma reunião comunitária na localidade de D’Iberville, para mostrá-las aos pescadores e às suas famílias. Na reunião, todos apoiaram por unanimidade uma petição exigindo a demissão de William Walker, director do Departamento de Recursos Marinhos do Mississipi e responsável pela abertura das áreas de pesca.

No dia 9, e apesar de todos os relatórios sobre bolhas de alcatrão, petróleo e dispersantes encontradas em águas do Estado, o director declarou que “não deveria haver ameaças”. Também ordenou a todos os governos costeiros locais que deixassem de realizar trabalhos relativos ao desastre, financiados com dinheiro que a BP entregou ao Estado. Nos últimos dias, pescadores e cientistas encontraram petróleo, peixes mortos e “água negra” em diferentes pontos do Rio Mississipi.

“Enviámos amostras a todos os meios de comunicação que conhecemos, tanto do Mississipi como em Washington”, disse Mark à IPS. Ele é a terceira geração de pescadores da sua família. “Neste barco transportamos pessoal de Ray Mabus, que levaram amostras contaminadas que extraímos, e não ouvimos nada a respeito”, acrescentou. Raymond Mabus é secretário da Marinha norte-americana e ex-governador do Mississipi, encarregado pelo presidente Barack Obama de elaborar “o mais rápido possível um plano de restauração de longo prazo da costa do Golfo”, explicou.

Muitos pescadores da região acusam Ray de não fazer o seu trabalho. “Pensamos que abriram a temporada de camarões prematuramente”, disse James à IPS. “Como podemos voltar a colocar o nosso produto no mercado quando nos Estados Unidos todos sabem o que aconteceu aqui. Nos últimos meses, vi tantos animais mortos que nem foi possível contá-los”, afirmou.

Vários pescadores de camarões, entre eles James e Mark, deram uma entrevista coletiva no dia 19 na cidade de Biloxi. Outros pescadores ali presentes também não estão a trabalhar por medo de as pessoas ficarem doentes ao consumirem o que pescarem. “Queremos que o governo e a BP sejam transparentes em relação aos dispersantes Corexit”, disse à IPS o pescador Danny Ross, de Biloxi.

Envolverde/IPS

Fonte: Esquerda.net

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

TV: Pesca e Pescado no Brasil

Ao longo desta semana, o Jornal da Band vem apresentando uma série de reportagens sobre a atividade pesqueira no Brasil, abaixo a primeira delas veiculada no dia 23/08.

Além de ser um dos alimentos mais antigos do homem, o peixe também é um dos mais saudáveis. Apesar de se comparar em quantidade de proteínas com a carne e o frango, o peixe é o menos calórico. Cada cem gramas de carne possui 150 calorias, contra 124 do frango e 75 do peixe.

Apesar dos benefícios, esse alimento ainda aparece pouco na mesa dos brasileiros. São apenas sete quilos por habitante a cada ano. Metade do que é indicado pela OMS (Organização Mundial da Saúde).

Mas, aos poucos, o peixe vem ganhando espaço na alimentação do brasileiro. Em 2008, a peixaria representava cerca de 1,2% do faturamento dos supermercados. No ano seguinte, esse número subiu para 1,4%.

Pesquisadores da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) analisa os efeitos do ômega 3 retirado do peixe numa doença cerebral que reage pouco aos medicamentos tradicionais e atinge 2% da população: a epilepsia. Os estudos ainda estão no começo, mas já apresentam bons resultados.



Fonte: Jornal da Band





quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Europa: OCEAN 2012


Ocean2012 é uma aliança de organizações com o objetivo de transformar as políticas da União Européia (em 2012) sobre as atividades pesqueiras comerciais de forma a reduzir a sobrepesca acabando com as práticas pesqueiras extremamente predatórias e pouco seletivas para garantir o uso equilibrado e justo entre as comunidades que dependem destes recursos pesqueiros economicamente, por exemplo.


Abaixo disponibilizo o texto e o link para a asinatura da Petição, além de um vídeo explicativo, todos em português de Portugal.

Os "stocks" de peixes mundiais, como por exemplo o atum-rabilho, estão em declínio; na Europa, mais de 80% sofrem de sobrepesca e um terço estão abaixo dos limites biológicos seguros. A União Europeia e os Estados-Membros não conseguiram gerir as pescas de forma responsável e proteger os nossos interesses. A gestão europeia das pescas está há muito tempo refém dos interesses de curto prazo. Mas a próxima reforma da Política Comum das Pescas da UE constitui uma excelente oportunidade para uma política que ponha realmente termo à sobrepesca, que acabe com as práticas piscatórias destrutivas e assegure uma exploração justa e equitativa dos "stocks" saudáveis.


Transformar a Pesca Europeia from OCEAN2012 on Vimeo.


Nós, abaixo-assinados, pedimos-lhe que consagre a sustentabilidade ambiental como o princípio basilar da futura Política Comum das Pescas (PCP), de forma a alcançar a sustentabilidade económica e social a longo prazo.


segunda-feira, 23 de agosto de 2010

RN - Panorama da economia Potiguar



Em outros estados, principalmente no Nordeste, podemos ver nos dias de hoje o que aconteceu na bacia de Campos a duas décadas atrás. Vale a pena buscar aprender com os erros e acertos e trilhar o melhor caminho de desenvolvimento econômico, para todos, e com respeito ao meio ambiente e as atividades tradicionais.


O Produto Interno Bruto (PIB) das cidades do Rio Grande do Norte foi analisado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Porto do Mangue e Rio do Fogo despontam como as “novas-ricas” da economia potiguar. A riqueza dos municípios é creditada à exploração do petróleo, pesca e geração de energia eólica. Mas apesar dos valores repassados às prefeituras pela Petrobras e Grupo Iberdrola, as cidades enfrentam problemas de gestão e geração de empregos. 


Alex FernandesPesca artesanal é a grande fonte de renda da maior parte da população de Porto do Mangue.  Município quer diversificar economiaPesca artesanal é a grande fonte de renda da maior parte da população de Porto do Mangue. Município quer diversificar economia
Natal continua sendo a cidade com o maior índice de PIB acumulado  (R$ 4,5 bilhões), seguida de Mossoró (R$ 1,5 bilhão) e Parnamirim (R$ 802 milhões). O turismo continua a impulsionar o desenvolvimento da capital potiguar. Em Mossoró, a exploração de petróleo, cultivo de frutas e exploração salineira, garantem a segunda posição ao município. Já em Parnamirim, o polo industrial e os eventos de negócios, como a Festa do Boi, levantam recursos para a cidade e incrementam a economia local.

Cidades litorâneas, como Porto do Mangue e Rio do Fogo, com potencial turístico não despertam para esse segmento da economia que gera muitos empregos e faturamento. A população não se qualifica, uns por não terem condições financeiras, outros por não buscarem melhorias nos níveis de renda e qualidade de vida. 

A análise dos resultados permite compreender que no estado, as cidades com os maiores valores de PIB acumulados entre 1996 e 2007, são as próximas ao mar e com potencialidade turística. As atividades que elevam o PIB dos municípios variam desde a pesca à produção de petróleo. Como se observa em Areia Branca, por exemplo.

A cidade conta com empresas beneficiadoras de sal, porto-ilha para escoamento da produção, além do pescado e exploração de petróleo. O comércio da cidade é aquecido com o turismo, pois o município faz parte do Polo Costa Branca, consolidando-se como destino turístico e oferecendo inúmeras oportunidades de negócios.

Situado na mesma região e apesar de também ser um município rico, quando comparado a outros do mesmo tamanho e com a mesma população, Porto do Mangue ainda enfrenta problemas de cidades subdesenvolvidas. Falta emprego e mão de obra qualificada, familiarizada com as novas tecnologias. 

A base da economia da região é a pesca artesanal e a exploração do sal marinho. A saída de duas grandes empresas produtoras de camarão da região, contribuiu para o aumento dos índices de desemprego na município. Em média 500 trabalhadores foram dispensados e tiveram que voltar à pesca para garantir a sobrevivência das suas famílias.

A Petrobras explora a bacia marítima da região e faz os pagamentos dos royalties mensalmente ao município. O valor repassado pela estatal é o que mantém a cidade em funcionamento. A saúde é um dos setores que merece destaque na cidade. Não há farmácias, pois todos os remédios estão disponíveis no posto de saúde.

Em contrapartida, Porto do Mangue ainda não despertou seus olhares para o potencial turístico do município. A cidade tem rios, salinas e manguezais que despertam o interesse de muitos turistas, principalmente os internacionais. Porém, falta infraestrutura nos meios de hospedagem e a mão de obra precisa ser treinada para receber turistas.

Porto de oportunidades e problemas

Com um Produto Interno Bruto (PIB) de R$ 85 milhões a cidade de Porto do Mangue desponta como a 18ª maior economia do Rio Grande do Norte, segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). A extração de sal marinho, a produção de petróleo em alto mar e a pesca artesanal compõem o cenário econômico do município com uma população de 4.064 habitantes. Com um potencial turístico inexplorado, a população sofre os efeitos das chuvas de 2008 até hoje. Quase um terço da população está desempregada.

A atividade econômica que elevou o PIB da cidade ao patamar atual, foi a produção de petróleo. Apenas em 2009, a cidade recebeu quase R$ 3 milhões em royalties repassados pela Petrobras. Nos primeiros quatro meses de 2010, o montante chega à casa de R$ 1 milhão. O dinheiro arrecadado pela cidade é o que impulsiona os investimentos em educação, saúde e administração. “Eu acredito que o crescimento é fruto dos royalties”, comenta o prefeito Francisco Gomes. Os valores pela exploração da região continuam altos. Porém, em 2008, Porto do Mangue ficou em primeiro lugar no estado em repasse de royalties. 

 Com um litoral paradisíaco e uma riqueza natural invejável, a cidade de ainda amarga os efeitos dos temporais que castigaram o estado há dois anos. A beleza das paisagens contrasta com o sofrimento das famílias que perderam sua fonte de renda com a saída das empresas carcinicultoras, Camanor e Maricultura. Com o encerramento das atividades, mais de 500 pessoas perderam o emprego. 

“Nosso PIB é um dos mais altos, mas a população ainda é muito carente”, complementa o prefeito. Tendo como base da economia a pesca artesanal, os nativos de Porto do Mangue têm uma vida muito simples. Por ser relativamente distante dos grandes centros comerciais (289 km de Natal), o custo de vida na cidade é alto quando comparado a outras cidades do interior do mesmo porte e mais próximas a Natal. Os valores dos produtos sofrem uma variação de até 50% a mais quando comparados a capital potiguar. 

O que mantém o município economicamente ativo são os servidores municipais que têm salário e emprego fixos. Os demais, pescadores e salineiros, têm renda sazonal. A produção salineira gera apenas 40 empregos diretos. “Porto do Mangue é pobre em qualificação profissional”, comenta o gerente da Salina Araguassu, Marcelo Diniz. A salina pertence ao Grupo F. Souto e retomou a produção na região há pouco mais de um mês depois de um intervalo de 10 anos. 

As áreas que antes eram exploradas pela Camanor e Maricultura com a criação de camarão e larvas, foram vendidas ao Grupo Maranata que está adequando para iniciar a produção de sal em larga escala. “Empregamos hoje 130 pessoas nos 3 mil hectares aptos à produção. Mais 2 mil hectares estão sendo trabalhados”, confirma o diretor de novos negócios da Maranata, Miguel Viana. Ele complementa que até 2012, duas novas unidades de beneficiamento do sal serão erguidas em Porto do Mangue. A expectativa é de que mais 300 empregos sejam gerados. O grupo visa em três anos produzir 1,3 milhão de toneladas de sal.

A atividade pesqueira na região  emprega 382 pescadores que retiram do mar o sustento da família. “Os peixes mais pescados são o camorim, tainha e carapeba.  O quilo varia entre R$ 5 e R$ 15. O quilo da lagosta está hoje entre R$ 11 e R$ 14”, informa o gerente da Peixaria São Francisco, Lázaro Santana. 

Costureiras complementam renda mensal

Buscando o complemento da renda dos maridos, três mulheres decidiram se unir e montar uma sociedade. A Associação das Costureiras utiliza um espaço cedido no prédio da Colônia dos Pescadores e começa a colher os frutos do trabalho. “Recebemos o convite de uma confecção de Natal para firmarmos uma parceria. Porém, só devemos fechar o contrato em novembro”, diz a presidente da Associação, Iranilde Lima. As costureiras são responsáveis pela confecção de todo o fardamento das escolas municipais, postos de saúde e prefeitura. Em dois meses elas fabricaram mais de 2 mil peças que foram entregues como fardamento escolar aos alunos. Cada peça confeccionada custa em média R$ 4 para as encomendas em larga escala. A prefeitura compra o material e as costureiras entram com a mão-de-obras. A Associação emprega três auxiliares que ganham R$ 510,00 cada e o lucro das associadas chega a até R$ 850 mensais. 

Em contrapartida às costureiras, os comerciantes que assistiram à saída de duas grandes empresas do município se descontentam quando avaliam a retração da atividade econômica na cidade. “Muita gente está sofrendo com a saída da Camanor. A fonte de renda de inúmeras famílias vinha da Fazenda Peixe-Boi, que fechou”, desabafa a comerciante Luzinete Almeida, que fornecia em média 30 refeições diárias a Camanor e lucrava R$ 1,8 mil mensalmente. 

Não só os comerciantes lamentam o fim dos negócios das empresas na região. Dona Terezinha, hoje com 77 anos, dedica a maior parte do seu dia à colheita de mariscos. Apesar do trabalho árduo, debaixo de um sol de 30º C, ela se sente feliz ao refletir sobre os mais de 60 anos dedicados à colheita de mariscos. “Meu filho, sou muito feliz. Minha vida é trabalhar, não gosto de depender”, diz a aposentada que colhe sururu, caranguejo e siri para criar os mais de 20 netos e 15 bisnetos. 

Ventos de Desenvolvimento em Rio do Fogo

De longe, eles parecem pequeninos. Mas de perto, intrigantes. Os gigantes cataventos geram 49,3 MW (megawatts) de energia instalada, capaz de abastecer uma cidade de 10 mil habitantes. O valor total investido na obra foi de R$ 209 milhões. O parque eólico de Rio do Fogo, em funcionamento há cinco anos, gera apenas 2 empregos diretos e 10 indiretos. O parque contribui com o aumento da arrecadação de impostos pela Prefeitura de Rio do Fogo.

“O parque melhorou um pouco a arrecadação do ICMS do município. Porém, entramos com um processo para que os valores sejam revisados”, frisa o prefeito de Rio do Fogo, Egídio Dantas. O ICMS da cidade recebeu um incremento de 38% após o início das atividades. O prefeito comenta, porém, que o empreendimento contribui timidamente para o desenvolvimento econômico do município. A base da economia da região continua sendo a pesca.

O terreno no qual o parque foi implantado pertence ao Incra e foi arrendado à empresa Energias Renováveis do Brasil S.A. (Enerbrasil) por 25 anos. Dentro do arrendamento, a empresa deve investir em projetos de ação social nos municípios e comunidades que circundam a área explorada. 

Tibau: nova infraestrutura e problemas administrativos

Cezar Alves - do Jornal de Fato

Para se emancipar na década de 90, vários municípios do Rio Grande do Norte com menos de 10 mil habitantes tiveram que aprovar primeiro uma Lei Especial na Assembleia Legislativa prevendo mudanças na Lei Estadual de Emancipação Política, autorizando emancipação de municípios com até 2,8 mil habitantes. Assim fizeram as autoridades de Tibau, uma das caçulas potiguares, segundo informa o professor Milton Guedes que fez parte da comissão que trabalhou no processo de emancipação da cidade.

O município, quando era distrito de Grossos, não tinha médico de plantão 24 horas, não tinha ensino médio nas escolas, faltava água e energia com frequência nas residências. Havia poucos comércios. Hoje, pouco mais de 50% das ruas do município tem calçamento. Não tem saneamento básico ainda, mas tem médico 24 horas, dois PSF atuando, escolas com ensino médio e o número de habitantes dobrou. Dobrou principalmente porque a Caern e a Cosern ampliaram a estrutura e melhoraram os serviços. 

E o crescimento no número de habitantes, trouxe junto o aquecimento do comércio. São vários supermercados, padarias e farmácias. No plano arquitetônico da cidade, não havia condomínios, hoje são vários instalados, sendo o primeiro construído pelo Grupo Porcino Costa. 

Calamidade

Em se tratando de gestão administrativa, Tibau está passando por um dos piores momentos da história. O atual prefeito, Rafael Freire, decretou estado de calamidade administrativa. “Existe um débito enorme e os ex-prefeitos não deixaram recursos em caixa”, explica. Freire está se referindo aos ex-prefeitos Nilo Nolasco, Francisco Diniz e Evaneide Fernandes. O primeiro foi destituído por irregularidades. O segundo, que era vice de Nolasco, assumiu interinamente. Se candidatou e venceu a eleição em 2008, mas terminou cassado em 2010 por compra de votos.

A vereadora Evaneide assumiu interinamente a prefeitura. Se candidatou a prefeita na eleição suplementar e perdeu. Venceu Rafael Freire, que assumiu no dia 16 de julho passado. “Encontrei tudo esculhambado. A cidade suja, sem médico e escolas paradas. Pior, as repasses do Fundo de Participação dos Municípios, ICMS e Fundeb estão todos bloqueados pela Justiça”, narra o atual prefeito.

Turismo ainda é atividade embrionária

O turismo ainda é uma atividade embrionária no município. São poucos bares e restaurantes e apenas duas pousadas que não atenderiam a hóspedes mais exigentes. “Não existe uma visita constante de turistas. A cidade ainda não tem condições de vender pacotes turísticos. Os empresários desconhecem o potencial de Porto do Mangue”, relata Lúcia Medeiros, proprietária de um restaurante às margens do recém-reformado calçadão do cais. Lúcia investiu R$ 4 mil para a montagem do empreendimento. Apesar de pagar aluguel, ela se diz satisfeita com o local escolhido e sobrevive bem com a renda gerada mensalmente, em torno de R$ 2 mil. 

 O assessor da secretária de turismo do município, listou algumas dificuldades em expandir a atividade turística na região. “O turista busca qualidade nos serviços e nós ainda não oferecemos isso. Falta qualificação profissional e infra-estrutura”, comenta Rudigênesis Alves. Os primeiros passos para a implantação de um plano de desenvolvimento turístico estão sendo dados através do Programa Olá Turista, do governo federal. Uma turma de 42 alunos foi formada e recebem capacitação através da internet com aulas de inglês online. 


Fonte: Tribuna do Norte

domingo, 22 de agosto de 2010


Still Life With Mackerels, Lemmons ans Tomatoes (1886)
 Vicent Van Gogh (1853 - 1890) 

sábado, 21 de agosto de 2010

MPA: Produção Pescado No Brasil 2003 -2009



MPA - Produção de Pescados Aumentou 25% no Brasil


A produção brasileira de pescado aumentou 25% nos últimos oito anos passando de 990.899 toneladas anuais para 1.240.813 no ano passado. Somente nos últimos dois anos, houve um crescimento de 15,7%, conforme os dados estatísticos de 2008 e 2009, sendo que a aquicultura apresentou uma elevação 43,8%, passando de 289.050 toneladas/ano para 415.649 toneladas/ano. A produção da pesca extrativa, tanto marítima quanto continental (rios, lagos, etc) passou no mesmo período de 783.176 toneladas para 825.164 toneladas/ano no mesmo período, um aumento em torno de 5,4%.

Essas informações estatísticas, que contaram com o apoio do IBGE e do IBAMA, estão sendo divulgadas pela primeira vez após a criação do Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA), em junho do ano passado, criado por meio de Lei aprovada por unanimidade pelo Congresso Nacional. O Ministério substituiu a Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca (SEAP), criada em 2003. Os dois órgãos tiveram papel fundamental na política de fomento desenvolvida pelo governo federal para o setor.

Durante décadas, a produção pesqueira no Brasil não recebeu a devida atenção do governo, o que refletiu na produção, que permaneceu estagnada por um bom período. Com a criação da SEAP e a adoção de uma série de medidas, o setor passou a responder a esses estímulos e mais acentuadamente a partir de 2007, com a consolidação das políticas públicas.

A aquicultura teve um papel de destaque no crescimento da produção de pescado no país. Somente a piscicultura teve uma elevação de 60,2% em 2008 e 2009, na comparação com 2007. A criação de tilápia chegou a 132 mil toneladas/ano sendo o carro chefe da produção aquícola e representa 39% do total de pescado cultivado.

Outra espécie que também apresentou um crescimento significativo de produção foi o tambaqui, que passou de 30.598 toneladas para 46.454 toneladas/ano. A produção de camarão, apesar das dificuldades que este segmento enfrentou nos últimos anos, também apresenta resultados importantes, mantendo-se num patamar de cerca de 70 mil toneladas/ano no período analisado.

O Nordeste, de acordo com os dados de 2009, é a maior região produtora de pescado do Brasil com 411 mil toneladas/ano, seguida da região Sul, com 316 mil/ano. A região Norte está em terceiro lugar, com 263 mil toneladas, a Sudeste, com 177 mil e, por último, Centro-oeste, com 72 mil. Santa Catarina é o maior produtor entre os estados, com 207 mil toneladas/ano, seguida do Pará, com 136 mil toneladas. A Bahia, com 119 mil toneladas, é o terceiro maior produtor nacional seguida de perto pelo Ceará, com 88 mil toneladas.

Entre as espécies que apresentaram maior crescimento está a sardinha que chegou a 83 mil toneladas capturadas no ano passado, sendo a espécie que mais vem sendo produzida no país e a que melhor respondeu à política governamental de ordenamento da pesca. Em 2000, a pesca da sardinha chegou apenas a 17 mil toneladas/ano quando, inclusive, levantou-se a possibilidade de um colapso da espécie. Com a criação de dois períodos de defeso por ano, a sardinha começou a apresentar uma recuperação dos estoques com crescimento médio de 27% ao ano.

Até 2011, a expectativa do Ministério da Pesca e Aquicultura é de que a produção total de pescado atinja a meta de 1,43 milhão de toneladas, conforme previsto no plano “Mais Pesca e Aquicultura”, lançado pelo governo em 2008. De acordo com essas projeções, a aquicultura responderá por cerca de 570 mil toneladas/ano e a pesca extrativa, tanto marítima quanto continental, com cerca de 860 mil toneladas/ano.

Fonte: MPA

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Programa Petrobras Ambiental 2010 (Inscrições Prorrogadas!)

O prazo para submissão de projeto foi prorrogado até 30 de agosto (segunda-feira), às 23:59h. 

Mais 10 dias para melhorar e revisar o projeto!

Boa sorte!

Pesquisa: Tsunami foi golpe triplo

O grande terremoto que provocou um tsunami responsável pela morte de 192 pessoas em Samoa, em setembro de 2009, não foi um, mas três.

Segundo pesquisa publicada na edição desta quinta-feira (19/8) da revista Nature, as ilhas da Polinésia foram atingidas por um golpe triplo. O terremoto de magnitude 8,1 na escala Richter, que foi detectado, escondeu outros dois, quase tão fortes quanto o primeiro.

Os outros terremotos, de acordo com Keith Koper, da Universidade de Utah, e colegas, foram disparados pelo primeiro, tendo ocorrido dois minutos depois e atingido 7,8 graus na escala Richter.

“Achávamos que fosse apenas um terremoto. Mas, ao analisar os dados registrados do evento, verificamos que foram três grandes terremotos. Os dois que ficaram escondidos pelo primeiro foram responsáveis por parte dos danos e das gigantescas ondas”, disse Koper.

Em termos de liberação de energia, segundo o estudo, os dois terremotos de 7,8 graus somados representaram a energia liberada por um terremoto de 8 graus. Ou seja, estiveram longe de ser apenas os tradicionais choques posteriores a um grande evento sismológico.

O terremoto triplo gerou ondas com alturas variadas dependendo da área atingida, mas que em alguns pontos chegaram a quase 15 metros acima do nível do mar.

“Os três contribuíram para o tsunami, principalmente os dois seguintes”, disse Koper. Os terremotos tiveram origem entre 14 e 19 quilômetros de profundidade. O primeiro durou 80 segundos. O segundo começou entre 49 e 89 segundos e, o terceiro, de 90 a 130 segundos após o primeiro.

Os cientistas decidiram investigar o fenômeno que provocou o tsunami em Samoa após a identificação de inconsistências nos sismogramas. “Simplesmente não conseguimos entender como um terremoto poderia produzir tais leituras. Sabíamos que havia algo de estranho, mas levamos meses para descobrir o que era”, disse Koper.

O artigo The 2009 Samoa-Tonga great earthquake triggered doublet (doi:10.1038/nature09214), de Keith Koper e outros, pode ser lido por assinantes da Nature em www.nature.com. 

Fonte: Agência FAPESP

AL - Seminário Alagoano de Aquicultura




Fonte: UFAL

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Blog do Cardume - Postagem #200


Farol
 Campos dos Goytacazes, novembro de 2010.
por Mauricio Düppré 


Postagem número 200!

Grande aprendizado, buscando melhorar a cada dia e tornar o blog mais completo e acessível, inclusive no layout, que mudou esta semana. Espero terem gostado!

Aliás este espaço é de todos nós que trabalham, gostam e acompanham com interesse a pesca artesanal e o meio ambiente.

Por isso, sintam-se embarcados: opinem, façam sugestões e contribuam para definir o rumo!

Muito obrigado a todos que acompanham e participam!

Saudações
MD

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MPA - Contratação de Assistência Técnica para orientar pescadores (Revitaliza)

O Ministério da Pesca e Aquicultura disponibiliza, através de edital, 3 milhões de reais destinados a contratação de assessoria técnica para facilitar o acesso de pescadores artesanais ao crédito para reforma e modernização de suas embarcações. As entidades interessadas poderão enviar suas propostas até 24 de setembro.

A assistência técnica e extensão pesqueira contratada auxiliará na organização e qualificação dos pescadores, na avaliação dos barcos, elaboração de projetos e mediação junto aos bancos a fim de conseguir o financiamento para as melhorias necessárias. Esta é mais uma ação do Programa Revitaliza que prevê a disponibilização de crédito a juros acessíveis aos pescadores artesanais, bem como a qualificação do público beneficiário e a facilitação no acesso a esses recursos.

Poderão concorrer as entidades públicas estaduais de assistência técnica e extensão rural (ATER) ou de extensão pesqueira e aquícola (ATEPA), Secretarias Estaduais de Agricultura, Pecuária e Pesca que disponham de departamentos de prestação de serviços de ATEPA ou ATER, entidades privadas sem fins lucrativos e consórcios públicos intermunicipais.

O edital contempla 8 Territórios da Pesca e Aquicultura ou regiões com grande concentração de pescadores artesanais, localizados em 05 estados, nos quais se identificou uma maior demanda e necessidade de ações de assistência técnica voltadas para esse fim.

As entidades selecionadas irão apoiar ações que tenham por finalidade revitalizar a frota pesqueira artesanal facilitando o acesso ao crédito para a reforma, modernização, conclusão ou substituição das embarcações artesanais, de forma a melhorar as condições de trabalho dos pescadores artesanais através de ações que resolvam problemas comuns, como a conservação do pescado a bordo, a segurança do trabalho e a redução de custos da embarcação.

As melhorias nos sistemas de produção ou exploração adotados pelos pescadores têm como conseqüência a melhoria de renda e aumento da qualidade do produto, entre outros. Os interessados deverão acessar o site do ministério: www.mpa.gov.br.

Fonte: MPA

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Golfo do México: Retorno da pesca de camarão na Lousiana cercada de incertezas


Idle shrimp boats float at the docks of Joshua's Marina in Buras, Louisiana May 17, 2010. REUTERS/Hans Deryk

NOVA ORLEANS - Os Pescadores profissionais de camarão já podem novamente lançar suas redes de arrasto nas águas de Louisiana em busca de camarões brancos (Penaeus setiferus) . Após o início da temporada de pesca nesta segunda-feira (16/08), a atividade retorna mas ainda há dúvidas sobre os impactos para a pesca em consequência do vazamento de petróleo da BP no Golfo do México.

Parte das águas do Estado já foi liberada para a pesca de camarões marrons (Farfantepenaeus aztecus) desde o rompimento do poço da BP em 20 de abril, mas o resultado da pesca tem caído em relação aos anos anteriores, em parte devido ao grande número de barcos comprometidos com o programa de limpeza do vazamento.

Os camarões brancos são tipicamente maiores que os camarões marrons e mais cobiçados pelos chefs. O governo norte-americano já disse que os frutos do mar retirados de áreas do Golfo do México liberadas para a pesca são seguros para o consumo apesar do petróleo que vazou para o oceano.

Mais de um quinto das águas federais do Golfo continua fechada devido a receios sobre a contaminação dos frutos do mar.

"Incertezas estão ditando toda essa temporada de camarões", disse Ewell Smith, diretor-executivo da Conselho Diretor de Promoção e Marketing de Frutos do Mar de Louisiana. "Nossa marca ficou manchada e nós temos muito trabalho pela frente."

Pescadores de camarões estão preocupados com o efeito do vazamento no preço de sua pesca e também sobre as consequência do petróleo sobre a população de camarões, segundo Smith.

Smith disse ser positivo para a indústria que mais áreas estejam sendo abertas para a pesca, opinião compartilhada por outros.

"Estamos esperando pelo melhor", disse Errol Voisin, gerente de fábricas do Lafitte Frozen Seafood em Lafitte, Louisiana.

A indústria de camarões em Louisiana cria 14.384 empregos e traz 1,3 bilhão de dólares por ano ao Estado, segundo o conselho do mercado de frutos do mar.

Para levar a mensagem aos consumidores que comer o camarão do Golfo é seguro, o Secretario de Comércio almoçou camarão com pescadores em um restaurante local.

A ruptura do poço da BP ocorrida em 20 de abril proporcionou um dos piores acidentes de vazamento de óleo no mar no mundo. O óleo não vaza mais desde 15 de julho.

Fonte: Reuters (por Anna Driver)
Foto: Reuters (por Hans Deryk)

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

SP - Evento:




O I Simpósio sobre Pescado em São Paulo faz parte de um conjunto de ações realizadas pela Supervisão Geral de Abastecimento. O evento reserva palestras que serão ministradas por profissionais renomados e atuantes. O objetivo é atualizar profissionais de diferentes segmentos ligados ao setor, fornecer informações sobre identificação, armazenamento e preparo, estimular o consumo do pescado e abordar a importância da sustentabilidade produtiva, bem como, diminuir o impacto ambiental que a atividade provoca.

O local escolhido para o - I SIMPESP - foi o Mercado Municipal Paulistano referência em pescado e responsável por abrigar 14 peixarias em grande expansão comercial e atrair milhares de consumidores ávidos por novidades. A agenda do evento prevê Workshops sobre Gastronomia de Pescado, onde serão ministradas aulas de culinária a base de pescado e de produção sustentável.

Além de toda a programação confirmada o, Festival de Gatronomia de Pescado, conta com a colaboração dos restaurantes do mezanino.

Inscrições gratuítas!

sábado, 14 de agosto de 2010

Ceará: Pesquisa avaliará pesca de lagosta em Icapuí


Icapuí. Pesquisadores da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa), em Mossoró (RN), querem se tornar aliados da pesca sustentável da lagosta em Icapuí, Litoral Leste cearense. Conveniado com o Ministério da Pesca e Aquicultura, o trabalho será realizado por professores e estudantes do Departamento de Ciências Animais, por meio do curso de Engenharia de Pesca. O objetivo é acompanhar as formas de pesca (artesanal-legal e ilegal com compressores e marabaias) e avaliar que meios alternativos sustentáveis podem ser utilizados para o ordenamento da pesca.

O atual capítulo da "guerra da lagosta" traz uma pausa nos conflitos sangrentos e abre um parêntese importante: a ciência aliada à pesca. A uma hora de carro até o Município de Icapuí, os professores e estudantes da Ufersa encontraram no litoral cearense um importante campo de estudo para a Engenharia de Pesca. O projeto do estudo prevê a elaboração de um inventário de pesca e o cadastramento dos pescadores de Icapuí.

Haverá ainda coleta de dados sobre as embarcações que são utilizadas e os métodos de pesca praticados no lugar. Os procedimentos com o crustáceo serão acompanhados da captura até o fim do processo de desembarque. As informações são da assessoria de comunicação da Universidade.

"Estamos aqui para ouvir os pescadores e discutir propostas voltadas para o ordenamento da pesca da lagosta", afirma o diretor de Planejamento e Ordenamento da Aquicultura em Estabelecimentos Rurais e Áreas Urbanas, do Ministério da Pesca, Luis Osvaldo de Sousa. A visita foi também acompanhada pelo coordenador da pesquisa, professor da Ufersa, Marcelo Augusto. No estudo, os pesquisadores da Universidade vão verificar a fisiologia do mergulho em função da profundidade e do tempo embaixo da água.

Para Marcelo, a desordem na pesca da lagosta tem causado prejuízos "não apenas para os pescadores, mas para a região". Todos os anos, durante os meses em que é permitida a pesca da lagosta, são registrados violentos conflitos em alto mar envolvendo comunidades de pescadores artesanais e os que utilizam equipamentos "alternativos", proibidos por lei, como o uso de compressor e captura com mergulho, bem como a utilização de tambores-marabaia. Na disputa pelos espaços, a captura desordenada da lagosta tem causado a diminuição desse crustáceo no mar cearense. Um próximo encontro entre os pesquisadores e os pescadores de lagosta de Icapuí ocorrerá no próximo dia 18.

MAIS INFORMAÇÕES:
Departamento de Ciências Animais da Ufersa - Mossoró - Rio Grande do Norte
(84) 3315.1760

Fonte: Diário do Nordeste
Melquíades Júnior (Colaborador)

Pescadores artesanais com dívidas de até R$ 10 mil podem ser anistiados

Divulgar uma proposta em época de eleição sempre parecer ter conotação puramente eleitoreira, por isso, retiro o nome do "santo"e divulgo a reza, veremos se este projeto vira lei. Aliás seria justo? Se virar lei o que vai pensar os pescadores e suas entidades que honraram seus compromissos e pagaram o que deviam?

BRASÍLIA. A Câmara analisa um projeto de lei que anistia dívidas de pescadores, associações, cooperativas e colônias contraídas por meio do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). Segundo o projeto, serão totalmente perdoadas as dívidas de até R$ 10 mil de pescadores artesanais - as maiores que R$ 10 mil e menores que R$ 18 mil poderão ser negociadas, conforme a forma de pagamento.

O projeto prevê diferentes descontos e juros para cada tipo de parcelamento. No caso de pagamento à vista, por exemplo, o diferencial é que não haverá cobrança de multas, e os juros sobre o atraso do pagamento serão reduzidos em 60%. Segundo o texto, as associações, cooperativas e colônias de pescadores que possuem dívidas de R$ 35 mil a R$ 200 mil poderão pagá-las à vista ou parcelá-las em 60 ou 180 prestações mensais. O projeto permite ainda aos anistiados a contração de novos empréstimos nos bancos credenciados pelo Pronaf, sem qualquer embargo ou restrição.

Segundo Flávio Bezerra, a proposta permitirá ao pescador saldar sua dívida sem abrir mão de investimentos em equipamentos, motores, câmaras frigorificas e barcos. "Os pescadores se veem impossibilitados de saldar sua dívida pela falta de condições econômicas, dos prazos exíguos e da alta taxa de juros. Ao pescador não resta outra opção: ou põe comida na mesa ou paga a sua dívida cada vez maior com o banco", diz o deputado.

O projeto tramita em caráter conclusivo e será analisado pelas comissões de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural; de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Fonte: por Globo Rural Online, com informações da Agência Câmara

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Rio de Janeiro discute a criação do Parque Estadual da Costa do Sol

Na próxima quinta-feira, dia 19, o Instituto Estadual do Ambiente do Rio de Janeiro, Inea, promoverá uma consulta pública em Cabo Frio, para debater a criação do Parque Estadual da Costa do Sol.

O parque deve abranger áreas dos municípios de Saquarema, Araruama, Arraial do Cabo, São Pedro da Aldeia, Iguaba Grande e Cabo Frio. Esta será a primeira unidade de conservação estadual na Região dos Lagos e terá como objetivo proteger os ecossistemas da localidade.

Na região encontram-se manguezais, restingas, lagoas, lagunas, brejos, dunas costões rochosos, cordões arenosos, formações geológicas e florestas. O parque também vai permitir a proteção de áreas que prestam serviços ambientais, segundo dados do órgão, como a preservação dos recursos hídricos, controle da erosão e assoreamento, além da conservação da diversidade biológica.

A população será consultada sobre a definição dos limites propostos, levando em conta que as áreas ainda são pouco ocupadas.

O encontro está previsto para o dia 19 de agosto, a partir das 14 horas no campus Cabo Frio da Universidade Veiga de Almeida (Estrada Perynas, s/nº).
Já foram realizadas consultas em dezembro do ano passado, em Araruama, e em março deste ano, em Arraial do Cabo.

Fonte: Ambiente Brasil
*Com informações do Inea.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Tambaqui: 44kg - 1,15 metros



Um pescador de uma comunidade ribeirinha de Maraã, no norte do Amazonas, capturou um peixe tambaqui gigante: 1,15 m de comprimento e 44 kg --normalmente a espécie tem entre 15 e 25 kg.

Devido ao tamanho do exemplar, a prefeitura da cidade doou o tambaqui ao Inpa (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia).

O tambaqui (Colossoma macropomum) é um peixe nobre da bacia amazônica. Segundo maior peixe de escamas do Brasil --só perde para o pirarucu--, se alimenta de frutos, folhas e caules. Sua pesca é controlada, mas a espécie não está em extinção.

A doutora em ecologia Sidinéia Amadio, que trabalha no Inpa há 28 anos, disse que nunca tinha visto um tambaqui de 44 kg. "Pelos registros que nós temos no Inpa, esse é o maior, é uma raridade", disse.

Pelo tamanho do peixe, a pesquisadora acredita que o tambaqui gigante tenha entre 12 e 15 anos de idade. "Ele deu muita sorte de não ter sido pescado antes", afirmou.

Amadio afirmou que o peixe será preservado com formol para fins de pesquisas educacionais. Em no máximo três meses, o público poderá ver o tambaqui gigante na exposição da coleção de peixes do Inpa.

PESCADOR

A reportagem não localizou Nilton Firmino, 40, que pescou o tambaqui. Ele mora em uma comunidade isolada do rio Auti-Paraná (630 km de Manaus). Ele vendeu o tambaqui na feira da cidade por R$ 600 ao comerciante João Kennedy Mesquita.

O comerciante disse à reportagem, por telefone, que Firmino pescou o tambaqui no final de julho, no lago Anarucu, que deságua no rio Auti-Paraná, subafluente do Japurá, região de Solimões.

"Ele [Firmino] viu um bicho se debatendo e não conseguiu puxar [o peixe] com o anzol. Foi em casa e pegou um arpão, pensando que era um peixe-boi. Quando tirou da água viu que era um tambaqui", afirmou Mesquita.

O comerciante disse que vendeu o tambaqui ao prefeito de Maraã, por R$ 1.000. O prefeito fretou um avião para transportar o animal para o Inpa, em Manaus, em seis horas de viagem. "É uma coisa inédita, que não podia ser consumida para o bem da ciência", disse.


Fonte: BOL Notícias 



terça-feira, 10 de agosto de 2010

Chamada: Capacitação Virtual Políticas Públicas de Apoio a Comercialização de Produtos da Sociobiodiversidade


O Plano Nacional de Promoção das Cadeias de Produtos da Sociobiodiversidade (PNPSB), sob a coordenação dos Ministérios do Desenvolvimento Agrário (MDA), Meio Ambiente (MMA), Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) e Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) torna público, por meio desta Chamada, o processo de seleção de alunos para as vagas da Capacitação Virtual: Políticas Públicas de Apoio à Comercialização de Produtos da Sociobiodiversidade, coordenado pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário, na modalidade à distância semipresencial.

1. Objeto do Curso
Chamada para seleção de alunos visando ao preenchimento de 200 VAGAS para a Capacitação Virtual: Políticas Públicas de Apoio à Comercialização de Produtos da Sociobiodiversidade.

(...)

3. Público-Alvo
Profissionais com nível médio, técnico ou superior, vinculados a: organizações governamentais e não-governamentais, sindicatos rurais, cooperativas, associações, prefeituras, envolvidos e/ou interessados em desenvolver ações voltadas para as questões de comercialização de produtos da sociobiodiversidade.

3.1 Pré-Requisitos
_ Atuar na assistência de empreendimentos das cadeias da sociobiodiversidade;
_ Fazer parte da Rede de Serviços;
_ Possuir todas as condições de habilidade para utilização de computadores e busca na Internet;
_ Possuir acesso a recursos de conectividade;
_ Ter disponibilidade de 4 (quatro) horas semanais para se dedicar ao curso.

(...)

5. Estrutura do Curso
O curso está estruturado para ser desenvolvido na modalidade à distância semipresencial, online, contemplando 2 (dois) encontros presenciais conforme calendário a ser divulgado posteriormente e atividades distribuídas em 06 (seis) módulos de aprendizagem:

Modulo – Ambientação Virtual
Modulo 1 – Introdução às Políticas de Comercialização
Modulo 2 – PRONAF - Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar
Modulo 3 – PAA – Programa de Aquisição de Alimentos
Modulo 4 – PNAE - Programa Nacional de Alimentação Escolar
Modulo 5 – PGPM-BIO - Política de Garantia de Preços Mínimos para Produtos da Sociobiodiversidade
Modulo 6 – Avaliação da Capacitação

Ao final do curso será fornecido certificado em nível de aperfeiçoamento. A carga horária total é de 102 horas, com 8 horas presenciais e 94 horas à distância, cumpridas em,
aproximadamente, 4 (quatro) meses.

(...)

7. Inscrição
7.1. O candidato deverá efetivar sua inscrição via internet por meio do preenchimento da ficha de inscrição (Anexo I).

7.2. O candidato deverá encaminhar a documentação exigida no item 9, exclusivamente para o email: planosociobio@mda.gov.br, com o assunto: Capacitação Virtual – Políticas Públicas para Apoio a comercialização de produtos da Sociobiodiversidade no período de 26/07/2010 a 20/08/2010, sendo esta última a data final para o envio da documentação.

8. Apoio Financeiro
As despesas dos participantes com deslocamento, alimentação e hospedagem, e que se referem exclusivamente a realização dos 2 (dois) encontros presenciais previstos durante o curso, serão custeadas pelo PNPSB, mediante preenchimento do formulário para emissão de passagens e diárias (Anexo II).

Fonte: http://www.mda.gov.br/portal/saf/programas/Sociobiodiversidade

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Borras de óleo em praias de Arraial do Cabo e Cabo Frio


Nóticia que sempre nos entristece. Tudo leva a crer na irresponsabilifdade de algum navio que lavou seu tanque diretamente no oceano durante navegação, algo estritamente proibido, mas recorrente. Esperamos que se encontre o culpado e que este seja severamente punido.

Uma equipe técnica do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), órgão executivo da Secretaria Estadual do Ambiente (SEA), constatou nesta segunda-feira (09/08), a ocorrência de pelotas de óleo pesado, em forma de borra, nas praias das Dunas e do Forte, em Cabo Frio, e Prainha, Pontal e do Foguete, em Arraial do Cabo, durante sobrevoo sobre a região costeira do Estado, entre os municípios de Saquarema e de Búzios.

O Inea foi comunicado do surgimento da mancha de óleo pela Capitania dos Portos. Técnicos do Instituto Almirante Paulo Moreira, órgão de pesquisas da Marinha situado em Arraial do Cabo, recolheram o material e encaminharam para análise. O resultado, que pode identificar a origem do vazamento, deve ser divulgado em 20 dias. Uma das hipóteses é de que o óleo seja proveniente da limpeza mal executada em tanques de navios.

Segundo os agentes do Serviço de Operações de Emergência do Inea, pela forma altamente esparsa da mancha, uma vez que a maior quantidade de óleo está espalhada nas areias das praias, não houve necessidade de colocação de boias de contenção, usadas para evitar que vazamentos atinjam outras regiões. As operações de limpeza estão sendo realizadas pelas prefeituras.

O Inea alerta aos freqüentadores das praias atingidas que evitem utilizar solvente para a limpeza das partes do corpo sujas de óleo, devido ao risco de intoxicação, e recomenda o uso somente de óleo de cozinha.

Fonte: INEA - Instituto Estadual de Ambiente

Abaixo reportagem da Globo News e entrevista com o Secretario de Ambiente de Arraial do Cabo:


A Marinha informou que está sendo feito o monitoramente do tráfego marítimo dos navios que tiveram como destino o Porto do Rio de Janeiro nos últimos quatro dias, além de um mapeamento das embarcações que estão perto do local. O objetivo é fazer uma comparação das amostras coletadas nas embarcações com o material encontrado inicialmente nas areias na tentativa de identificar os responsáveis e multá-los.

Apesar da Petrobras não ter registrado problemas em suas instalações na Bacia de Campos ou nas embarcações prestadoras de serviços que operam na área, a empresa enviou equipes para ajudar na limpeza das praias.

Fonte: INEA, Estadão, Marinha do Brasil, Petrobras e Globo News.


sábado, 7 de agosto de 2010

Pesquisa: Pesca artesanal ameaçada de extinção


Especialistas apontam a especulação imobiliária nas praias e atividades industriais como ameaça às comunidades tradicionais de pescadores

A especulação imobiliária na costa brasileira e o modelo industrial de pesca ameaçam as comunidades tradicionais de pescadores. O alerta de especialistas foi o destaque da conferência "A Qualidade de Vida das Comunidades Pesqueiras", durante a 62ª Reunião Anual da SBPC, na semana passada.

Cerca de três milhões de pessoas dependem diretamente da pesca artesanal no Brasil, segundo dados apresentados pelo pesquisador da Universidade Federal Rural do Amazonas (Ufram), Eduardo Tavares Paes. Só no estado do Pará, a atividade corresponde a 80% da produção total.

"A falta de políticas públicas para conter ataques pela via marítima e terrestre, no entanto, tem comprometido o meio de sobrevivência dessas famílias", aponta o especialista em Pesca e Aquicultura.

Dissertação de mestrado em Ergonomia da pesquisadora Cíntia Araújo traduz em números a tendência. O estudo da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) revela que, hoje, só 30% dos 42 pescadores da praia de Ponta Negra, um dos principais pontos turísticos de Natal, vivem exclusivamente da pesca.

"São comunidades que há poucas décadas sobreviviam apenas da pesca, mas que estão ameaçadas por pressões externas", ressalta. Cíntia ainda explica que, em Ponta Negra, há muitos casos em que os próprios pais desenvolveram resistência em aceitar a opção dos filhos de se tornarem pescadores. "Obrigados a buscar moradia e meios de renda na cidade, muitas famílias já estão desacreditadas em recuperar o modo de vida tradicional", diz a pesquisadora.

Resistência

Filho de pescador, pescador e pai de pescadores, Jorge Nunes de Souza e outras 180 pessoas enfrentam a pressão de empresários do ramo hoteleiro e da indústria naval pesqueira na praia de Itapuã, em Salvador (BA). "Não há como competir com os interesses dos donos de resorts e grandes embarcações. Estamos resistindo enquanto podemos", comenta o homem de 52 anos, presidente da Associação Livre de Pescadores e Amigos da Pesca de Itapuã e um dos convidados para a palestra.

Jorge, mais conhecido como Seu Chico, explica que a retirada das famílias do litoral para as cidades dificulta o repasse da tradição. "Os jovens perdem contato com o mar e acabam não se interessando pela profissão dos pais", lamenta ele, que usa canoa e remos na pesca.

Políticas

Assegurar a posse de terras às populações que tradicionalmente ocupam o litoral, limitar a atuação de navios pesqueiros e criar escolas que incluam conteúdos ligados à pesca no currículo são algumas das soluções apresentadas pelo antropólogo Roberto Kant de Lima, da Universidade Federal Fluminense (UFF), para os problemas nas regiões de pesca artesanal.

"É preciso levar em conta as necessidades de cada comunidade antes de estabelecer regras. Hoje existe uma imposição de valores", observa o palestrante convidado para a conferência.

Apresentadora do debate, a professora da UnB Fernanda Sobral, destacou a importância de incluir as comunidades pesqueiras nos estudos das Ciências do Mar, tema da 62ª SBPC. "As ciências sociais também merecem espaço nas pesquisas marítimas. Os oceanos também seu lado humano nas comunidades que dependem de seus recursos", observa.

(João Campos, da Agência UnB)
Fonte: Jornal da Ciência

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